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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

TOXOPLASMOSE

1. O que é toxoplasmose?
   Trata-se de uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo. A infecção nos humanos não causa sintomas em 80 a 90 % dos casos, e pode passar desapercebida naqueles pacientes cuja imunidade é normal.  No entanto, quando esta pessoa tornar-se imunodeprimida (com as defesas imunológicas diminuídas) por qualquer razão (AIDS, secundária a remédios usados para transplantados ou mesmo após uma doença muito debilitante) os sintomas e a doença toxoplasmose pode se manifestar. Outro período particularmente de risco para se adquirir a infecção é durante a vida intra-uterina, da gestante para o feto (transmissão vertical). O feto pode ter afetada a sua formação quando contaminado.


2.Como se pega a doença?
   A toxoplasmose pode ser adquirida pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados com os oocistos esporulados, presentes nas fezes de gatos e outros felídeos, por carnes cruas ou mal passadas, principalmente de porco e de carneiro, que abriguem os cistos do protozoário Toxoplasma gondi. A ingestão de leite cru contendo taquizoítos do parasito, principalmente de cabras, pode ser uma forma de infecção, mas provavelmente rara, pois a cabra tem de se infectar durante a lactação para que exista a possibilidade de passagem de taquizoítos para o leite. A toxoplasmose pode ser transmitida do pai para o filho, mas não se transmite de uma pessoa para outra apesar de que já foi constatado a transmissão por transfusão sanguínea e transplante de órgãos de pessoas infectadas.

3. Quais os sintomas?
   Apenas 10% das pessoas imunologicamente preservadas apresentam sintomas, sendo o principal a presença de ínguas, geralmente no pescoço. Febre, dores musculares e articulares, comprometimento da visão, dor de cabeça e garganta e manchas pequenas e vermelhas pelo corpo podem ser outros sinais da toxoplasmose. Inflamação da retina (coriorretinite), apresentando conjuntivite, hemorragias oculares, embaçamento da visão, dentre outros sintomas, pode ocorrer, principalmente, em crianças - nos seus primeiros dez anos de vida.







4. Qual o diagnóstico?
   A confirmação do diagnóstico é feito por diversos testes sanguíneos, os mais comuns são os que detectam a presença de anticorpos no sangue contra o Toxoplasma gondii.

5. Como é o tratamento?
   Na maioria dos casos não é necessário tratamento já que o sistema imunitário geralmente resolve o problema. Na gravidez ou em imunodeprimidos usa-se espiramicina, pirimetamina e sulfadiazina, para controlar a multiplicação do Toxoplasma gondii, mas também deve ser fornecido ao paciente ácido fólínico ou levedura de cerveja, para regularizar o sistema imunológico.

6. Como prevenir?
   Como a principal forma de contaminação é via oral, de uma forma geral a prevenção deve ser feita, pela não ingestão de carnes cruas ou mal-cozidas; comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente e evitar contato com fezes de gato. As gestantes, além de evitar o contato com gatos, devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intra-uterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes. Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.
                                                                Ciclo

















DOENÇA DE JORGE LOBO

1. O que é?
   A Doença de Jorge Lobo, é causada pelo Paracoccidioides loboi, fungo com nomenclatura ainda em discussão, é uma micose localizada, crônica e polimorfa que surge predominantemente na Amazônia e nunca fora de região intertropical. 


2. Como é transmitida?
   É transmitida por meio de ferimentos. Ocorre em especial no homem lavrador.


3. Quais os sintomas?
   Manifesta-se por lesões queloidiformes ou, ainda, vegetantes, infiltrativas, ulceras gomosas, entre outras. São geralmente assimétricas e circunscritas a uma região. Os locais mais afetados são os pavilhões auriculares, membros inferiores e superiores. Quando acometidos, os gânglios mostram-se duros e sem flutuação. Em geral, o paciente mantém bom estado físico.


4. Qual o diagnóstico?
   Para diagnosticar a afecção, procede-se ao exame direto do material da lesão, que revela parasitas abundantes, bem como a histopatologia, que mostra histiócitos espumosos com riqueza de parasitas. Esses se evidenciam por serem fungos arredondados, com membrana de duplo contorno e reprodução por brotamento simples ou múltiplo. O Paracoccidioides loboi não cresce em cultura.

5. Qual é o tratamento?
   Podem-se utilizar a exérese cirúrgica, a clofazimina e a 5-fluorocitosina, com resultados nem sempre eficientes.















segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ÉBOLA

1. O que é ébola? 
   A infecção pelo vírus ebola causa uma febre hemorrágica, uma das doenças virais mais perigosas, frequentemente fatal, com índice de mortalidade de 50 a 90% dos casos. A Febre Hemorrágica Ebola – FHE é uma doença infecciosa grave, porém muito rara.   
   Existem quatro tipos do vírus do ebola:Ebola Ivory Coast, Ebola Sudan , Ebola Zaire e Ebola Reston, sendo este último o único tipo já encontrado nos Estados Unidos. Em 1989, alguns macacos levados para a cidade de Reston, Virginia, estavam contaminados com o vírus. Os animais morreram, mas nenhuma pessoa das pessoas que mantiveram contato direto com os animais foi contaminada.

   A doença foi “descoberta” no Zaire (atual república democrática do Congo), em 1976, e os sintomas impressionavam tanto quanto a velocidade com que os infectados morriam. Estima-se que a letalidade do vírus do Ebola durante surtos epidêmicos atinja 9 de cada 10 pessoas infectadas.
   O Ébola, como os outros vírus, adere à célula do hospedeiro, onde entra ou apenas injeta seu material genético, o genoma. Este usa a estrutura da célula para se reproduzir e cada nova cópia do genoma obriga a célula a fazer o invólucro de proteína. Os novos vírus deixam a célula do hospedeiro com capacidade de infectar outras células.


2. Como se pega a ébola?
  É transmitido pelo contato direto com o sangue, secreções ou sêmen de pessoas portadoras do vírus. Frequentemente, funcionários da saúde que mantém contato direto com doentes ou mortos, são infectados. Pelo sêmen a transmissão pode ocorrer até sete semanas após a recuperação clínica da doença.
   Nunca houve casos da doença em humanos fora do continente africano. Houve casos identificados em macacos nos Estados Unidos e na Itália. As populações africanas são infectadas em alto número, devido à cultura das aldeias, onde as famílias têm o costume de lavar o corpo dos mortos de forma manual e com cuidado antes do enterro. Assim, o indivíduo morto pelo Ébola, transmite o vírus a todos aqueles que tiverem contato com o corpo.
   Por ser uma doença rara, foram registrados 1500 casos, desde 1976, dos quais cerca de mil resultaram em morte. Sabe-se, atualmente que, o vírus Ébola não é altamente infeccioso, por isso, é praticamente impossível ocorrer uma epidemia  nos países ocidentais, pois a higiene bloqueia qualquer expansão de casos de transmissão do vírus de uma pessoa para outra.


3. Quais os sintomas? 
  Inicialmente o vírus se multiplica nas células do fígado, baço, pulmão e tecido linfático, causando danos significativos e hemorragias. Os primeiros sintomas são: febre alta e repentina; dores musculares; dor de cabeça; conjuntivite (inflamação nos olhos), que neste caso resulta em cegueira; dor de garganta e fraqueza. Após alguns dias, surgem vômitos e diarréia (acompanhados ou não de sangue), erupções na pele, redução das funções do fígado e dos rins, perturbações cerebrais e alteração de comportamento.      
   O estágio final da doença é percebido pelas intensas hemorragias internas e externas que não cessam porque o sangue não coagula. As fezes são geralmente pretas por causa de hemorragias gastrointestinais. Podem ocorrer sangramentos no nariz, ânus, boca, olhos, e em todos os orifícios da pele. A morte surge de uma a duas semanas após o inicio dos sintomas (ou até um mês após a infecção inicial). O vírus destrói o cérebro e a vítima geralmente tem convulsões epilépticas.
   Este vírus é temido pelos humanos não apenas pela rapidez da evolução da doença, mas também pelo sofrimento do doente. Na maioria dos casos: a superfície da língua se desfaz; o revestimento da traquéia e da garganta se desmancha; hemorragias ocorrem no coração; o fígado inchado apodrece e se desfaz, assim como a medula; os rins deixam de funcionar fazendo com que a urina se misture com o sangue; a pessoa chega até a vomitar pedaços do intestino com sangue.


4. Qual é o período de incubação do vírus?
   Varia de 2 a 20 dias, dependendo, entre outros fatores, do próprio sistema imunológico da pessoa que está infectada.

5. Qual o diagnóstico? 
   Diagnosticar o Ébola HF num indivíduo quando este foi infectado recentemente, torna-se difícil uma vez que os primeiros sintomas não são específicos desta doença e, por isso, frequentes. Mas se alguém apresenta uma variedade de sintomas e há suspeitas de infecção com o vírus do Ébola, deverão ser feitos os estudos laboratoriais necessários através da observação direta do vírus em amostra sanguínea através do microscópio eletrônico ou por detecção de anticorpos. Estes testes requerem procedimentos de segurança biológica máxima.


6. Como é feito o tratamento?
   Não há tratamento ou vacina eficaz. Os doentes devem ser postos em quarentena e os familiares impedidos de tocar no corpo dos falecidos.


7. Como evitar a doença?
   Para que a doença não se torne uma epidemia, é necessário que os pacientes suspeitos sejam isolados, e os funcionários do hospital serem informados da doença e de sua transmissão, para que tenham o máximo de cuidado com aparelhos que entram em contato com fluidos corporais dos doentes e com o lixo hospitalar. Os funcionários devem usar luvas, vestimentas e máscaras individuais. Os pacientes mortos devem ser imediatamente enterrados ou cremados.

 















LEPTOSPIROSE


1. O que é leptospirose?
   É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente 
na urina do rato.


2. Como se pega a leptospirose?
   Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos 
e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que 
tiver contato com a água ou lama contaminadas poderá se infectar. A Leptospira 
penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou
arranhão. 


3. Quais os sintomas?
   Febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente 
nas panturrilhas, coloração amarelada da pele e das mucosas. 

4. O que fazer ao manifestar esses sintomas?
   Se você apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo, alguns dias depois de 
ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto, procure
imediatamente o Centro de Saúde mais próximo. Não se esqueça de contar ao 
médico o seu contato com água ou lama de enchente.
Somente o médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente. A 
leptospirose é uma doença curável, e o diagnóstico e o tratamento precoces são a 
melhor solução.

5. Quanto tempo demora para a doença aparecer?
   Os primeiros sintomas podem aparecer de 1 a 30 dias depois do contato com a 
enchente. Na maior parte dos casos, aparece 7 a 14 dias após o contato.

6. Como é feito o tratamento da leptospirose?
   O tratamento é baseado no uso de antibióticos, hidratação e suporte clínico, 
orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados. Os 
casos leves podem ser tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam 
ser internados.

7. Como evitar a doença?
   Evite o contato com água ou lama de enchentes e impeça que crianças nadem ou 
brinquem em ambientes que possam estar contaminados pela urina dos ratos. 
Pessoas que trabalham na limpeza de lamas, entulhos e desentupimento de 
esgotos  devem usar botas e luvas de borracha.



8. Por quanto tempo a leptospira sobrevive no meio ambiente?
   As leptospiras podem sobreviver no ambiente até semanas ou meses,
dependendo das condições do ambiente. Porém, são bactérias sensíveis aos desinfetantes comuns e a 
determinadas condições ambientais. Elas são rapidamente mortas por
desinfetantes.

9. Se o contato com águas suspeitas já ocorreu, qual o risco da pessoa se 
contaminar?
   Nesta situação, a contaminação da pessoa dependerá de alguns fatores, como a 
concentração de leptospiras na água, o tempo que a pessoa ficou em contato com 
a  água e a possibilidade ou não da penetração da bactéria no corpo humano, 
entre outros fatores. Deve -se ficar atento por alguns dias e, se a pessoa adoecer, 
deve procurar o médico o mais breve possível, não esquecendo de relatar ter sido 
provavelmente exposto a contrair leptospirose.

10. Outros animais podem pegar a doença? Não há risco de transmissão 
para o homem por estes animais?
   Outros animais são sensíveis à leptospira e podem se infectar, ficarem doentes e 
até mesmo morrer de leptospirose. Bois , porcos, cães, cavalos e cabras, dentre
outros, podem sofrer a doença e também transmiti-la ao homem, porém em menor 
escala do que os ratos.



11. Se os animais domésticos também podem transmitir a doença, o que 
fazer para evitar a contaminação por esta forma?
   Os animais domésticos quando são infectados, eliminam a bactéria através da 
urina assim como acontece com os ratos; portanto, deve-se tomar especiais
cuidados, evitando-se o contato direto ou indireto com suas excretas.
Os locais onde os animais permanecem e urinam devem ser higienizados
diariamente, utilizando-se luvas e botas para proteção das mãos e pés, evitando o 
contato com a urina desses animais.

12. Qualquer pessoa pode ter a doença?
   Sim, qualquer pessoa pode pegar leptospirose. Tem-se observado que a maior 
freqüência de casos acontece em indivíduos do sexo masculino, na faixa de 20 a 
35 anos, provavelmente pela maior exposição a situações de risco, quer seja em 
casa, quer seja no trabalho.

13. Uma pessoa com leptospirose transmite a doença para outra pessoa?
   Não, a leptospirose não é contagiosa. Não há transmissão de uma pessoa para 
outra. É transmitida entre os animais e dos animais para o homem, sempre pelo 
contato da urina do animal com a pele do homem.

14. Existe o risco da pessoa contrair leptospirose bebendo líquido em
latinhas de refrigerantes, sucos, cerveja ou água?
   
   Apesar da transmissão ocorrer principalmente pela penetração da leptospira
através da pele ou mucosas, já foi descrita pela ingestão de água ou alimentos 
contaminados com a urina de ratos, ainda que raramente. Se for ingerida, a 
leptospira morre ao entrar em contato com o suco gástrico. A possibilidade da 
pessoa se infectar bebendo em latinhas contaminadas com a urina de ratos é teoricamente possível, se houver uma ferida na boca, que possa permitir a entrada 
da leptospira no organismo pela circulação sangüínea. Apesar desse risco teórico, 
até o momento não foram comprovados casos de transmissão de leptospirose por 
latinhas de cerveja, refrigerantes ou outras bebidas envasadas. De qualquer
modo, é essencial que se lave bem com água limpa qualquer latinha ou recipiente
antes de ser levado à boca, para não se correr o risco de contaminação por algum 
tipo de bactéria.

15. Existe vacina contra a leptospirose?
   No Brasil não existe nenhuma vacina contra a leptospirose para seres humanos. 
Existem vacinas somente para uso em animais, como cães, bovinos e suínos.  
Esses animais devem ser vacinados todos os anos para ficarem livres do risco de 
contrair a doença e diminuir o risco de transmiti-la ao homem.

16. O que os municípios devem fazer para prevenir a ocorrência da
leptospirose na população?
   Os municípios devem implementar ações integradas com os setores de Obra, 
Saneamento, Agricultura, Habitação e Educação, de forma a reduzir ou eliminar as 
condições para a proliferação dos roedores. Além disso, as secretarias estaduais 
e municipais de saúde são responsáveis pelo atendimento e tratamento de
doentes e pela vigilância de casos de leptospirose em humanos, bem como pelo 
controle de roedores em vias e logradouros públicos e áreas onde a leptospirose 
ocorre.

17. O que a população deve fazer para ajudar a prevenir a ocorrência da 
leptospirose?
A população tem a sua parcela de responsabilidade na prevenção da doença. Ela 
pode e deve procurar manter o ambiente impróprio para a instalação de roedores, 
conforme já foi descrito, e utilizar-se de medidas de proteção individual, quando se 
expuser a situações de risco.